Patronos da SSVP

SÃO VICENTE DE PAULO
Patrono de todas as Obras de Caridade

Vicente de Paulo nasceu na cidade de Pouy, na França, aos 24 de abril de 1581. Filho de pobres camponeses, logo cedo manifestou o desejo e gosto para o estudo. Entrou para o seminário e foi ordenado padre bem novo, com apenas 19 anos de idade, em 23 de setembro de 1600.
O início de sua vida sacerdotal foi marcado por muitas dificuldades e desacertos. Inicialmente, estava muito preocupado em ajudar sua família e em conseguir certa estabilidade financeira. Diante de uma série de fracassos, foi amadurecendo e, sobretudo a partir de 1613, se lançou inteiramente no serviço aos pobres.
Em contato com os camponeses, conheceu o estado de abandono religioso e miséria em que viviam as populações do campo. Percebeu que os pobres tinham necessidades urgentes e que, para ser fiel a Cristo, era preciso servi-los. Começou, então, a pregar missões entre os povos e a organizar diversas organizações de caridade.
Passando a residir em Paris e enfrentando uma época de guerra, confusão política, de grandes problemas sociais e de desorganização da Igreja, Pe. Vicente de Paulo passou a dedicar-se inteiramente à evangelização e serviço dos pobres. Para esse fim, fundou a Congregação da Missão e a Companhia das Filhas da Caridade. De muitas maneiras e com criatividade, desenvolveu uma intensa ação caritativa e missionária, sempre contando com os padres e irmãos de sua Congregação, com as irmãs de Caridade e com muitos leigos e leigas generosos.  Entendia que o pobre é a imagem de Cristo desfigurado a quem devemos servir, e a Igreja deve estar a seu serviço. Por isso, atuou na reforma da Igreja, sobretudo muito colaborando na reforma do clero.
Faleceu no dia 27 de setembro de 1660, foi beatificado em 13 de agosto de 1724 pelo Papa Bento XIII, canonizado em 16 de junho de 1737 pelo Papa Clemente XII e em 1885 foi declarado patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica pelo Papa Leão XIII.
“Voltemos nossa mente e nosso coração para São Vicente de Paulo, homem de ação e oração, de organização e de imaginação, de comando e de humildade, homem de ontem e de hoje. Que aquele camponês das Landes, convertido pela graça de Deus em gênio da caridade, nos ajude a por mais uma vez as mãos no arado sem olhar para trás – para o único trabalho que importa: o anúncio da Boa Nova aos pobres...” (João Paulo II).

Oração: Ó Deus, que, para socorro dos pobres e formação do clero, enriquecestes o presbítero São Vicente de Paulo com as virtudes apostólicas, fazei-nos, animados pelo mesmo espírito, amar o que ele amou e praticar o que ensinou. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

BEATO ANTONIO FREDERICO OZANAM
Modelo para a Juventude

Frederico Ozanam nasceu a 23 de Abril de 1813, em Milão (Itália). Filho de Jean-Antoine, médico prestigioso, cuja fama profissional não o impedia de assistir doentes indigentes, com o mesmo cuidado e afabilidade reservados aos pacientes da alta condição social, e de Marie Ozanam, também dedicada à assistência dos pobres e enfermos. Frederico respira desde o nascimento o profundo espírito de caridade compartilhado pelos seus pais.
Depois de uma infância muito protegida em Lion, Frederico entra no colégio em 1822 para começar os estudos secundários. Estudante brilhante e leitor insaciável aos 17 anos conhecem várias línguas: grego, latim, italiano e alemão, e inicia um curso de hebraico e sânscrito.
Em 1831, Frederico, erudito jovem de província, chega a Paris para estudar na Sorbonne. Em pouco tempo converte-se num assíduo frequentador dos ambientes intelectuais (entre os quais o salão de Madame Récamier) e começa a colaborar com jornais e revistas. Apesar da sua timidez e do comportamento simples, emergem com clareza tanto a sua profunda humanidade como o seu rigor moral: a sua imensa cultura, as suas opiniões atualizadas e o seu catolicismo empenhado tornam-no rapidamente uma personalidade relevante. Frederico dedica a sua formidável eloquência a moderar os debates sobre religião e política, num círculo literário estudantil chamado “Conferência de história”, do qual é porta-voz. Certa tarde, depois de sair vencedor de um debate com um estudante socialista sobre o compromisso social dos católicos, anuncia a um amigo a intenção de realizar finalmente um projeto, que há tempo lhe era muito querido: uma “Conferência de caridade”, uma associação de beneficência para a assistência dos pobres, “a fim de pôr em prática o nosso catolicismo”.
Desta maneira, em abril de 1833, com apenas 20 anos, Frederico funda, juntamente com seis companheiros, as Conferências de São Vicente de Paulo: “na época borrascosa em que nos encontramos, escreve ao seu amigo Ferdinand Velay, é bonito assistir à formação, acima de todos os sistemas políticos e filosóficos, de um grupo compacto de homens decididos a usar todos os seus direitos como cidadãos, toda a sua influência, todos os seus estudos profissionais, para honrar o catolicismo em tempos de paz e defendê-lo em tempos de guerra”.
Doutor em Direito (1836) e depois em Letras (1839), Ozanam inicia uma brilhante carreira universitária que o levará, em 1844, a tornar-se o titular da cátedra de Literatura Estrangeira na Universidade de Sorbonne e a viver sem reservas a sua profunda vocação ao magistério.
Em 1841 casa-se com a jovem Amélie Soulacroix. Frederico Ozanam é, portanto, um homem profundamente inserido no seu tempo. Marido e pai, professor e literato, leigo comprometido, vive as diferentes dimensões da sua existência, com a mesma paixão e generosidade: vai pessoalmente aos bairros pobres de Paris e de outras cidades, promove a expansão das Conferências vicentinas no mundo, publica escritos históricos e literários, luta pela liberdade civil, política e religiosa, sofrendo pelos contrastes que dividem o mundo católico em facções políticas opostas, e tendo um coração cheio de ternura para com Amélie e Marie, sua filha. O seu caminho espiritual, sempre atormentado, conhece altos e baixos: Frederico julga não fazer o suficiente, e pede ao Senhor que o ajude a ser melhor, luta contra o orgulho até se esquecer do próprio valor.
Os primeiros sintomas do que seria uma grave infecção renal, confundida com uma enfermidade pulmonar, que o levaria lenta e dolorosamente a uma morte prematura, chegam-lhe de surpresa em 1846. Na tentativa de recuperar a saúde, Frederico passa algum tempo com a família na Itália, e é recebido em audiência por Pio IX. De retorno a Paris, Ozanam continua a dedicar-se, de corpo e alma, ao serviço dos seus alunos, ao jornal “Ere nouvelle”, com o qual colaborou na sua fundação, aos pobres e aos trabalhadores.
A revolução de 1848 e o feroz debate no mundo político e católico só tornarão piores as suas condições de saúde. Em 1849, depois de ter sofrido um segundo ataque agudo do mal que o estava minando, Frederico começa a estar consciente do triste pressentimento. As suas atividades continuam de modo frenético. Em Maio de 1853, de novo na Itália por motivo de saúde, a braços com a angústia de em breve ter que deixar os seus entes queridos, os sucessos profissionais e os debates políticos, mas pronto ao sacrifício, dirige-se a Deus: “Senhor, quero o que Tu queres, quero como o queres e por todo o tempo que o quiseres, quero-o porque Tu o queres”.
Frederico Ozanam morreu na noite de 08 de Setembro de 1853, em Marselha, rodeado dos seus entes mais queridos, depois de uma agonia longa e dolorosa.
Este é o modelo de apóstolo leigo, erudito, empenhado e dedicado ao serviço dos mais pobres, que a Igreja apresentou a todos os fiéis, mas sobretudo aos jovens, durante a Missa presidida por João Paulo II, no dia 22 de Agosto de 1997, em Paris, na qual é beatificado Frederico Ozanam.
Digno de nota é o caso da cura milagrosa de uma criança brasileira, de apenas dezoito meses, afetada de uma grave forma de difteria, que nos primeiros dias de fevereiro de 1926, em Nova Friburgo (RJ), obteve a graça por intercessão do Servo de Deus Frederico Ozanam. Esta cura foi reconhecida pela Junta médica da Congregação para as Causas dos Santos a 22 de Junho de 1995, e confirmada de modo unânime pelos Consultores teólogos, na reunião de 24 de Novembro do mesmo ano.

Oração: Deus fiel, te agradecemos por ter inspirado o Beato Frederico Ozanam e seus companheiros na criação da Sociedade de São Vicente de Paulo. Deus de amor, te pedimos que nos ajudes a preservar e perpetuar, em sua autenticidade original, o espírito e a visão do Beato Frederico para nos guiar na busca de seu sonho: "abraçar o mundo em uma rede de Caridade". Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

SANTA LUIZA DE MARILAC
Cofundadora das Filhas da Caridade

Luiza de Marilac nasceu em Paris a  12 de agosto de  1591. Era muito jovem quando perdeu sua mãe, porém seu pai, Luiz de Marilac, senhor de Ferrières, proporcionou-lhe uma educação de qualidade e cristã, que a preparou para  a  sua missão.
No ano de 1613 casou-se com Antônio Le Gras, secretário da rainha Maria de Médici. O casal teve um filho e, em 1625 a  morte lhe arrebatou o esposo.  Com coração e  resignação cristã,  sofreu este duro golpe, procurando alívio e consolo em Deus, a quem se consagrou inteiramente. Para oferecer a Deus um sacrifício mais perfeito e  assim garantir a  salvação de sua alma, decidiu dedicar-se inteiramente às  obras de caridade, decisão que teve o pleno consentimento do bispo de Belley, seu confessor. Não podendo ele  permanecer por muito tempo em Paris, confiou-a à direção de  São Vicente de Paulo, sobre a pessoa  do qual recebera ótimas informações de São Francisco de Sales.
Nas paróquias que recebiam visita e pregação de São Vicente ou de seus missionários eram fundadas conferências de caridade, postas a orientação de senhoras piedosas, cujo intuito era socorrer os pobres enfermos. Luiza de Marilac não só aceitou o convite para orientar um desses grupos, como foi além, dedicou-se com zelo admirabilíssimo.
Nas visitas  que fazia às paróquias, Luiza bem depressa teve de convencer-se da dificuldade, se não da  impossibilidade, de acostumar as senhoras, principalmente as da alta sociedade, no serviço de damas de  caridade.  Cada vez lhe surgia a ideia de fundar uma Congregação religiosa que, com mais ordem, dedicação e independência, pudesse  tomar a seu cargo a  obra de  caridade, como idealizava. Em 1633, estava já formada uma pequena  comunidade, composta de  quatro irmãs, com Luíza  como superiora.  Na festa da Anunciação da Santíssima Virgem, do ano de 1634, se consagraram por um voto ao serviço dos pobres e doentes.
São Vicente de Paulo deu à jovem Congregação uma regra. Às  filhas dava  como “mosteiro a  casa dos enfermos, como claustro as  ruas da cidade, como clausura a obediência, como grade o temor de Deus, como véu a santa modéstia”.   Tiveram como divisa a palavra do Apóstolo “Caritas urget me” – a caridade me obriga.
Luiza de Marilac via nos pobres e  doentes a pessoa de Jesus  Cristo, tendo em mente a Palavra do Divino Mestre:  “O que fizestes a um destes mais pequeninos, foi a mim que o fizestes”.  Igualmente grande era o respeito ao Sumo Pontífice, a quem chamava de “Pai santo dos  cristãos e o verdadeiro tenente de Jesus Cristo”.  Firme  na fé, fugia da heresia como da peste.  Cortou relações com a duquesa de Liancourt, sua amiga, por se ter esta deixada trair pela heresia jansenista.  Em outra ocasião, retirou as Irmãs  de um estabelecimento, porque das ideias jansenistas do vigário da paróquia, receava uma influência má sobre a fé das religiosas.
A mulher que cruzou fronteiras em sua época e nos dizeres de São Vicente de Paulo “teve seus últimos vinte anos de vida como um verdadeiro milagre” faleceu no dia 15 de março de 1660. O vigário de Saint-Laurent, de sua paróquia, a quem ela fizera confissão geral, achava-se presente;  não pôde  deixar de exclamar, cheio de admiração: “Oh! Que bela alma, leva consigo a graça do batismo!”.  

Foi beatificada pelo Papa Benedito XV, em 1920 e Canonizada, pelo Papa Pio XI, no dia 11 de março de 1934.

Oração: Ó Deus, fonte e recompensa da caridade, por vosso Filho feito homem destes a vosso povo um novo mandamento de amor; a exemplo de Santa Luíza, concedei-nos agir sempre neste mundo com caridade, para sermos contados entre os eleitos do vosso Reino. Amém.

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