A Sociedade São Vicente de Paulo é para o mundo um dos sinais mais
luminosos da caridade cristão, fortemente expressa na passagem do Bom
Samaritano (Lc 10,25-37). Fundada em 1833, na cidade de Paris, França,
por um grupo de jovens leigos católicos, e um outro mais velho, tendo por
objetivo a prática da caridade como serviço aos pobres e necessitados.
A vocação dos membros da Sociedade, conhecidos pelo mundo afora
como vicentinos, é seguir a Jesus Cristo por meio do serviço aos que mais
necessitam, dando testemunho do amor libertador, cheio de ternura e compaixão. É
o olhar de Cristo para as misérias da humanidade e a ação criadora do Espírito
em resgatar o ser humano de toda e qualquer situação de marginalização e
abandono. Por isso, devem sempre deixar abertos seus corações para o contato
pessoa a pessoa, sendo sinal de esperança no mundo secularizado.
É
o mesmo espírito que animou o Beato Frederico Ozanan, e os demais jovens que
fundaram a Sociedade, que inspira homens, mulheres e, em especial, jovens a
ajudar qualquer pessoa necessitada, aliviando seus sofrimentos e misérias,
promovendo a dignidade e a integridade do ser humano em todas as suas
dimensões. E, por quase dois séculos a Sociedade dedica-se a caridade
indistinta a qualquer pessoa que se encontre em necessidade, independente de
credo, etnia, particularidades culturais ou opções políticas.
O
grande desafio que desponta ao espírito vicentino é a face mutante das
sociedades humanas contemporâneas, em meio a globalização, que não só globaliza
a cultura, tecnologia, informação e conhecimento, mas também globaliza a
miséria, o abandono e a marginalização do humano. Parece que num mundo dominado
pela técnica, o ser humano entra em desvalorização e descrédito, principalmente
em sua dignidade.
É
o que alguns chamam de tempo de mudança e/ou mudança dos tempos. Nessa situação
cabe aos vicentinos seguir o espírito de seus fundadores, estando atentos a
estes sinais de mudança, adaptando-se aos novos desafios que despontam. Merece atenção
especial as novas formas de pobreza e miséria que despontam no horizonte da
humanidade.
Portanto,
os vicentinos, em especial a juventude são convidados a imitar Cristo junto aos
que mais necessitam do amor de Deus. Lembra-se aqui o gesto da mulher
hemorroíssa (Mc 5,25-34), que precisou apenas tocar o manto de Cristo, ou seja,
precisava apenas de sua presença para ser curada. O vicentino é esse que vai ao
encontro do necessitado e o ajuda a sentir novamente a presença de Deus em suas
vidas, pois são os sinais de que a ação misericordiosa de Cristo ainda
permanece presente no mundo.
Sua
vocação é buscar a santidade através do serviço ao pobres e aos outros,
crescendo no amor caritativo, assumindo as necessidades do outro para si,
promovendo a dignidade da pessoa humana indistintamente a quem precisar. Além disso
são assíduos no exercício das virtudes teologais, a fé, a esperança e a caridade
(1 Cor 13,13), para se tornarem o mais próximos possíveis de Cristo, que nos
impele a viver a santidade (Mt, 5,48).
Assim,
ser vicentino não é uma simples opção em entrar num movimento, mas sobremaneira
é um estado de espírito, uma opção de vida, à serviço dos outros.
Oração:
Deus fiel, te agradecemos por ter inspirado o Beato Frederico Ozanan e seus
companheiros na criação da Sociedade de São Vicente de Paulo. Deus de amor, te
pedimos que nos ajudes a preservar e perpetuar, em sua autenticidade original,
o espírito e a visão do Beato Frederico para nos guiar na busca de seu sonho:
"abraçar o mundo em uma rede de Caridade". Por Cristo Nosso Senhor.
Amém.
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