segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Ano Santo do Senhor: Jubilai na Misericórdia do Senhor (Parte I)


Celebrado no último dia 08 de Dezembro de 2015, e proclamado pelo Papa Francisco, através da Bula Misericordiae Vultus, de 11 de Abril de 2015, estamos vivenciando o Ano Santo do Senhor, com o Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

- Mas o que significa este Ano?
- O que é celebrar o Jubileu?
- Como vivenciar este jubileu?

São estas questões que nos vem a cabeça quando falamos e/ou ouvimos sobre este Ano Santo da Misericórdia. Para isso podemos conferir na íntegra o texto escrito pelo Papa Francisco na Bula Misericordiae Vultus (Confira o link).

Viver o Ano Santo significa entrar em sintonia com a Boa Nova de Cristo, que não vem apenas proclamar a libertação material do homem, mas a sua libertação plena (1 Tes 5,23), em corpo, alma e espírito. Cristo proclama ao mundo a Misericórdia do Pai que atinge toda a realidade humana. Por isso, viver o Ano Santo é um ato de buscar a aproximação da Misericórdia de Deus, a fim de que possamos não apenas ser tocados pela misericórdia, mas também sermos sinais da misericórdia para nosso próximo que mais necessita.

O Jubileu é uma celebração propriamente judaica, onde era celebrado um Ano Sabático, a cada 50 anos. Durante este ano os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava (Lv 25,8-17). Como a Tradição Católica segue na construção histórica judaico-cristã, traduz-se este ano em um período onde são concedidas indulgências aos fiéis que procurarem vivenciar este período em sintonia com a Igreja.

O Ano Jubilar pode ser ordinário ou extraordinário, onde é chamado ordinário se obedeça a disposição temporal do período de 50 anos (o último Ano Jubilar foi proclamado por S. João Paulo II, por ocasião do ano 2000, para comemorar o 2º milênio do nascimento de Cristo). Porém, a Igreja, conforme as necessidades temporais, poderá proclamar um Ano Jubilar Extraordinário. O ponto mais importante de toda a celebração destes jubileus é o fato de que se faz um chamado para aprofundarmos nossas relações com Deus e com nosso próximo. Cada Jubileu é uma oportunidade para alimentar a fé e renovar o compromisso de ser um testemunho de Cristo, constituindo-se um convite à conversão.

O primeiro ano jubilar foi convocado em 1300, pelo Papa Bonifácio VIII. Estabeleceu-se que os seguintes jubileus se comemorassem a cada 25 anos, com o objetivo de que cada geração experimente pelo menos um em sua vida. Por isso, o Ano Santo proclamado pelo Papa Francisco é um Jubileu Extraordinário.

Explicação da Logo



O logotipo e o lema colocados juntos oferecem uma feliz síntese do Ano jubilar. O lema Misericordiosos como o Pai (retirado do Evangelho de Lucas, 6,36) propõe viver a misericórdia no exemplo do Pai que pede para não julgar e não condenar, mas perdoar e dar amor e perdão sem medida (cfr. Lc 6,37-38). O logotipo – obra do Padre jesuíta Marko I. Rupnik – apresenta-se como uma pequena suma teológica do tema da misericórdia. Mostra, na verdade, o Filho que carrega aos seus ombros o homem perdido, recuperando uma imagem muito querida da Igreja primitiva, porque indica o amor de Cristo que realiza o mistério da sua encarnação com a redenção. O desenho é feito de tal forma que realça o Bom Pastor que toca profundamente a carne do homem, e o faz com tal amor capaz de lhe mudar a vida. Além disso, um detalhe não é esquecido: o Bom Pastor com extrema misericórdia carrega sobre si a humanidade, mas os seus olhos confundem-se com os do homem. Cristo vê com os olhos de Adão e este com os olhos de Cristo. Cada homem descobre assim em Cristo, novo Adão, a própria humanidade e o futuro que o espera, contemplando no Seu olhar o amor do Pai.

A cena é colocada dentro da amêndoa, também esta figura cara da iconografia antiga e medieval que recorda a presença das duas naturezas, divina e humana, em Cristo. As três ovais concêntricas, de cor progressivamente mais clara para o exterior, sugerem o movimento de Cristo que conduz o homem para fora da noite do pecado e da morte. Por outro lado, a profundidade da cor mais escura também sugere o mistério do amor do Pai que tudo perdoa.

Concluímos esta notícia com as palavras do Santo Padre, em sua Bula:
Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. O Pai, "rico em misericórdia" (Ef 2,4), depois de ter revelado o seu nome a Moisés como "Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade" (Ex34, 6), não cessou de dar a conhecer, de vários modos e em muitos momentos da história, a sua natureza divina. Na "plenitude do tempo" (Gl 4, 4), quando tudo estava pronto segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai (cf. Jo 14, 9). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus. (Dei Verbum, nº 4)
Para mais informações sobre como viver o ano da misericórdia acesse o portal http://www.im.va/.

Oração

Senhor Jesus Cristo,
Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste,
e nos dissestes que quem Vos vê, vê a Ele.
Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos salvos.
O Vosso olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro;
a adúltera e Madalena de colocar a felicidade apenas numa criatura;
fez Pedro chorar depois da traição,
e assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido.
Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo as palavras que dissestes à mulher samaritana:
Se tu conhecesses o dom de Deus!
Vós sois o rosto visível do Pai invisível,
do Deus que manifesta sua omnipotência sobretudo com o perdão e a misericórdia:
fazei que a Igreja seja no mundo o rosto visível de Vós, seu Senhor, ressuscitado e na glória.
Vós quisestes que os Vossos ministros fossem também eles revestidos de fraqueza
para sentirem justa compaixão por aqueles que estão na ignorância e no erro:
fazei que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados por Deus.
Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unção
para que o Jubileu da Misericórdia seja um ano de graça do Senhor
e a Vossa Igreja possa, com renovado entusiasmo, levar aos pobres a alegre mensagem
proclamar aos cativos e oprimidos a libertação
e aos cegos restaurar a vista.
Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia,
a Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.
Amém.

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